Facel era um construtor francês de automóveis de luxo.
A marca foi criada por Jean Clément Daninos, formado na melhor escola francesa de engenharia, des Arts et Métiers (Artes e Ofícios). Trabalhou inicialmente em carroçarias na Citröen, tendo passado também por empresas aeronáuticas. Fundou em 1937 a Metallon, passando a fabricar peças em aço inoxidável. Um ano depois anexou a Skar sueca, com quem já mantinha relações, e esta foi integrada à recém-criada FACEL.
Após a Segunda Grande Guerra, a FACEL (Forges et Ateliers de Construction d’Eure-et-Loir) decidiu expandir-se para o fabrico de automóveis. No início dos anos 50, entrou no negócio dos automóveis fornecendo carroçarias para a Panhard, Delahaye e Simca. Foram construídos cerca de 45 mil Simcas, este contrato lucrativo permitiu à Facel lançar um produto próprio.
Em 1954, o primeiro modelo foi apresentado no Salão de Paris. Jean Daninos sempre gostou de carros de prestígio e a França já não tinha os famosos Bugatti, Delage e Delahaye. Chamava-se Facel-Vega HK 500, um coupé de quatro lugares e linhas sofisticadas, equipado com um motor V8 de origem Chrysler, 4.5 litros que debitava 180 cv às 4400 rpm, 190km/h de velocidade máxima e um valor abaixo dos 10 segundos para chegar aos 100km/h, isto para um peso de 1800 kg. Francês, mas pesado como os americanos.
Na frente, quatro faróis redondos, dispostos verticalmente e a grelha dividida em três partes. A traseira caía de forma suave, em forma de curva, com os faróis traseiros a ficarem “pendurados” a meio do declive. Os frisos da carroçaria não eram cromados, todas as peças eram em aço-inox. A maioria eram coupés de 2 portas sem pilar central, mas também foram construídos alguns descapotáveis.
O HK500 foi evoluindo nos anos seguintes, em 1956 ganhou um motor de maior cilindrada (5.4 litros), entre outros mecanismos, e em 1959 um enorme V8 Chrysler de 6.3 litros.
A evolução final chegou em 1962 com o Facel-Vega II, mais leve, linhas mais modernas e substancialmente mais rápido.
Em 1962, a Facel sediada em Paris estava à beira da falência e o Facel-Vega II era a última oportunidade de criar um bem sucedido GT de luxo. O carro era altamente exclusivo e caro, custando o mesmo que dois Jaguar Type-E e um Lotus Elan. No entanto, o belo design conduziu-o a muitos donos, incluindo Stirling Moss e Rob Walker.
O motor, um Chrysler de 6.3 litros, debitava 355 cv na versão de caixa automática Torqueflite de 3 relações, e atingia a velocidade de 225 km/h. Com uma caixa manual de 4 relações, a velocidade máxima subia para 247 km/h, controlando 390 cv, o motor com dois carburadores duplos do Chrysler 300. Travões de disco Dunlop das quatro rodas, direcção assistida, bancos em pele e vidros eléctricos, como equipamento de série.
No entanto, à semelhança do seu antecessor HK500, o Facel era demasiado pesado, em comparação com os seus rivais (Aston Martin ou Jensen). Pesava quase 2 toneladas com o depósito cheio e quatro passageiros. Também sofria de uma antiquada suspensão, herdada do HK500, provocando um certo desconforto de rolamento.
A produção foi descontinuada após 182 unidades, em 1964. Hoje em dia, algumas centenas de Facel-Vega continuam a rolar, nas estradas à volta do mundo.
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