Suzuki volta primeiro com carros; depois, pode ter fábrica

Das marcas de automóveis atraídas pela abertura do mercado brasileiro, no início dos anos 1990, muitas ficaram pelo caminho. Uma delas foi a Suzuki, cuja importação de carros e utilitários esportivos começou em 1991 e foi suspensa em março 2003.



A fabricante japonesa, que continuou suas operações com motocicletas no Brasil, conquistou fãs e virou referência em utilitários esportivos 4x4, principalmente graças ao Vitara e seu substituto, o Grand Vitara. E é com base nessa boa reputação "off-road" que a marca vai voltar ao mercado nacional, provavelmente no segundo semestre.

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Só que a retomada das operações por aqui vai além. Uma fábrica para montagem local de modelos da Suzuki está em estudos, e pode se tornar realidade até 2010.
Ignis: compacto 4x4, conta com motores 1.3 e 1.5 a gasolina
OS MODELOS
SX4 - Linha de compactos da marca com derivações hatch, sedã e crossover com tração 4x4. Lançada no Salão de Genebra de 2006, compartilha plataforma com o Fiat Sedice, na planta da empresa japonesa na Hungria. Na Europa, utiliza motores a gasolina 1.5 de 99 cv, 1.6 16V de 107 cv - a mais cotada para vir para o Brasil - e 1.9 turbo-diesel de 120 cv. Nos Estados Unidos, o propulsor do crossover é um 2.0 16V em bloco de alumínio de 143 cv.
XL7 - O SUV médio da marca japonesa, que era tido como uma configuração maior do Grand Vitara, ganhou nova geração no ano passado, com linhas bastante ousadas e modernas. Possui versões para cinco ou sete passageiros e no mercado norte-americano é vendido com motor de 243 cv e câmbio automático de cinco velocidades. É feito em uma fábrica em parceria com a GM no Canadá.
Swift - Já fez relativo sucesso no Brasil nos anos 1990. No Salão de Paris de 2004 ganhou uma nova geração - duas além da vendida por aqui. Na Europa, possui versões com duas e quatro portas e motores a gasolina 1.3 de 92 cv, 1.5 de 110 cv - mais provável de vir para o mercado brasileiro - e 1.6 de 125 cv. Há ainda o propulsor 1.3 turbo-diesel de 70 cv. Em 2006, foi apresentada a versão Sport que usa somente o motor 1.6. É fabricado no Japão e em Taiwan.
Grand Vitara JIII - É a terceira geração do SUV que foi o modelo da Suzuki a fazer mais sucesso no Brasil. Lançado no ano passado, é vendido em países latino-americanos, inclusive na Argentina, onde convive com o modelo anterior fabricado em Rosário e que chega aqui com a identidade de Chevrolet Tracker. O motor mais vigoroso é um V6 2.7 24V de 185 cv. Na Europa, há ainda as opções: 1.6 de 106 cv, 2.0 16V de 128 cv, ambas a gasolina. E a turbodiesel 1.9 de 129 cv.
Jimny - O simpático jipinho também já foi vendido aqui e pode até ganhar as linhas de montagem, já que há ferramental e maquinário seu não utilizado na Espanha. Foi lançado em 1998 e ainda é fabricado no Japão com motor 1.3 de 85 cv a gasolina, outro 1.5 turbo-diesel de 86 cv e um inusitado propulsor turbo a gasolina 0.7 litro de 64 cv.
Ignis - Compacto 4x4, teve pouca sorte no Brasil, mas pode tentar nova entrada por aqui no ano que vem. A nova geração foi lançada em 2003 e também recebe o nome de Subaru Justy em alguns mercados europeus. Conta com motores 1.3 gasolina de 94 cv e 1.5 de 99 cv. A opção a diesel é um 1.3 de 70 cv.
Splash - É o clone da nova geração do Opel Agila na Europa. Feito na planta húngara, o monovolume compacto foi apresentado no salão de Paris de 2006 e tem dois motores a gasolina: 1.0 de três cilindros, 12 válvulas e 65 cv e 1.2 de quatro cilindros, 16 válvulas e 86 cv. Também existe um propulsor diesel 1.3 16V de 75 cv.
A volta ao país pode até parecer ousada à primeira vista. Por trás do retorno da Suzuki, porém, está o Grupo Souza Ramos, o mesmo que gerencia a MMC. A empresa tem licença para fabricar modelos da Mitsubishi (as picapes L200 Outdoor e L200 Triton e os utilitários-esportivos Pajero TR4 e Pajero Sport são montados na cidade goiana de Catalão), além de ser a representante oficial da marca por aqui no que diz respeito também a importados -- traz o esportivo Eclipse, os crossovers Airtrak e Outlander, a minivan Grandis e o SUV Pajero Full.

A estratégia com a Suzuki seria parecida. O grupo começaria a importar modelos atuais, como o utilitário esportivo médio XL7, a linha de compactos SX4 e a nova geração do Swift -- o modelo chegou a ser importado para o Brasil nos primórdios da década de 1990.

Com isso, estudaria o mercado e ganharia mais influência junto à matriz para partir para uma fábrica. Esta planta também deve ser erguida em Catalão. Só que as atividades industriais poderiam ser adiantadas e facilitadas pelo fato de existir maquinário e ferramental ocioso para produção de modelos da Suzuki à disposição na Espanha.

São específicos para fabricação de modelos como o jipinho Jimny, que fez rápida presença no mercado brasileiro no início da década, e até mesmo do Grand Vitara antigo.


Vitara ou Tracker
O que poderia provocar um problema mercadológico com a General Motors. É que a marca norte-americana tem uma parceria com a Suzuki na Argentina. Pelo acordo operacional, a planta da GM em Rosário monta o Grand Vitara e o manda para o Brasil com o nome de Tracker e com a gravatinha da Chevrolet na grade central.

Para a Argentina, o sport-utility compacto é vendido como Suzuki Grand Vitara mesmo. Procurada, a filial brasileira da GM não quis se pronunciar sobre o assunto.

De qualquer forma, já desembarcaram por aqui algumas unidades da nova geração do Grand Vitara, lançada no ano passado no Japão e chamada de JIII. Juntamente com o XL7 e o SX4 nas configurações hatch, sedã e crossover, passam por clínicas de avaliação junto a consumidores e, posteriormente, entrarão no processo de homologação.

O SX4, aliás, usa uma plataforma compartilhada com o Fiat Sedice. A versão station do SX4 seria o primeiro crossover compacto de fato do mercado, já que conta com tração 4x4. O compacto Swift, com visual moderno e motor 1.5 de 110 cv, também teve unidades trazidas.

A decisão sobre o que vai ser produzido na nova fábrica também vai depender da reação do público para os modelos importados. Especialistas e fontes da indústria avaliam que a imagem da marca japonesa ainda é forte e positiva no Brasil e remete a veículos 4x4, o que pode favorecer a fabricação do Jimny e do próprio Grand Vitara por aqui. Ainda mais com o mercado brasileiro de automóveis em situação tão próspera.


Futuro
O Grupo Souza Ramos também foi procurado, mas limitou-se a dizer que está dando apoio logístico ao grupo que conduz a operação que vai trazer a Suzuki de volta ao Brasil. De qualquer forma, a representação da Suzuki e a construção da fábrica são considerados pelo mercado uma boa alternativa para a empresa.

Fontes no setor dão conta de que a matriz da Mitsubishi no Japão já teria "crescido o olho" nos bons números do mercado brasileiro e estaria disposta a não renovar a licença de Souza Ramos para fazer os modelos da marca.

Swift: fez relativo sucesso no Brasil nos anos 90; pode vir com motor 1.5 de 110 cv

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