Kia Picanto, CHOQUE NA TROCA

Quando Renata Mafra Rezende, de Salvador, comprou seu Kia Picanto, em março de 2008, fez questão de perguntar ao vendedor: “E as peças de reposição? Se houver algum problema, será fácil encontrá-las?” A resposta foi que a Kia era a que mais possuía peças de reposição entre as marcas. Pode até ser verdade, mas quando a bateria do carro de Renata arriou, sem que uma recarga pudesse resolver o problema, ela se viu diante de uma situação inusitada: a Kia não tinha baterias para repor a do seu Picanto.

Renata ligou para a concessionária de Salvador e foi informada de que teria de comprar uma bateria no valor de 250 reais e ainda pagar por uma adaptação que seria feita no compartimento do motor, ao custo de mais 390 reais, já que uma original estava em falta no mercado. Indignada, ela ligou para a Kia e descobriu que realmente a bateria nova para o Picanto não existe no Brasil pelo fato de sua importação não ser permitida por questões ambientais. “Também fui informada de que deveria comprar a mesma bateria que se usa nos Honda Fit 2005, que não seria necessária nenhuma adaptação e que a informação passada estava errada. Lá vou eu para a Honda, compro a bateria e... não só iria precisar de um adaptador para que a bateria não ficasse solta como teria de trocar os cabos da bateria”, disse Renata, que acabou resolvendo o problema com a ajuda de sua seguradora. “Deixei meu carro na Porto Seguro e eles foram a uma loja de baterias comigo. Eu comprei uma nova por 250 reais e depois eles fizeram uma ‘gambiarra’ para prender a bateria no carro. Acho isso o cúmulo!

Choque na troca

A origem desse imbróglio é a resolução 401/08, do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que disciplina a importação de baterias. Ela impõe limites de metais pesados na composição das peças e define regras para o gerenciamento das baterias que eventualmente sejam descartadas, o que acaba tornando a importação dessas baterias cara demais. Por essa razão, algumas importadoras de veículos acabam procurando fornecedores locais, o que a própria Kia reconhece que começou a fazer apenas recentemente – o Picanto está à venda no Brasil desde 2006.

Fizemos o mesmo que Renata e ligamos para concessionárias da marca em São Paulo, Rio, Salvador e Brasília. Todas nos confirmaram que não há baterias originais para o Picanto, só modelos já utilizados em carros nacionais. Porém algumas autorizadas nos disseram que elas não precisavam de adaptações, algo que o serviço de atendimento ao consumidor da marca confirma ser necessário. Consultada, a Kia do Brasil reconhece que é preciso fazer a adaptação.

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