O acoplamento viscoso tem dois conjuntos de pratos em uma carcaça fechada e cheia de fluido de alta viscosidade, como mostrado abaixo. Um dos pratos fica conectado a cada árvore de saída. Em condições normais, tanto os conjuntos de pratos como o fluído viscoso giram na mesma velocidade. Quando um par de rodas tenta girar mais rápido, talvez por patinar, o conjunto de pratos correspondentes a tais rodas gira mais rápido que o outro. O fluido viscoso, pressionado entre os pratos tenta acompanhar os discos mais rápidos, arrastando os mais lentos. Isso transfere mais torque às rodas mais lentas (as que não estão patinando).
Quando o carro faz a curva, a diferença de velocidade entre as rodas não é tão grande como quando uma está patinando. Quanto mais rápido os pratos estão girando um em relação ao outro, mais torque a acoplamento viscoso transfere. O acoplamento não interfere nas curvas porque a quantidade de torque transferida durante uma curva é muito pequena. Contudo, isso também salienta uma desvantagem do acoplamento viscoso: não ocorre transferência de torque até que uma roda comece a patinar de fato.
Um experimento simples com um ovo ajuda a explicar o comportamento do acoplamento viscoso. Se você coloca um ovo sobre a mesa da cozinha, tanto a casca, quanto a gema estão estacionárias. Se você repentinamente gira o ovo, a casca vai girar a uma velocidade mais rápida do que a gema por um segundo, mas a gema rapidamente vai alcançá-la. Para provar que a gema está girando, assim que o ovo estiver girando rapidamente, pare-o e então largue-o: o ovo começará a girar de novo (a menos que esteja bem cozido). Neste experimento, usamos o atrito entre a casca e a gema para aplicar força à gema, acelerando-a. Quando paramos a casca, aquele atrito - entre a gema ainda se movendo e a casca - aplicou força à casca fazendo-a acelerar novamente. Num acoplamento viscoso, a força é aplicada entre o fluido e os conjuntos de pratos, da mesma forma que entre a gema e a casca. Além do efeito do atrito do fluido viscoso em arrastar as duas partes, este fluido não é óleo, mas silicone, que tem a propriedade de se tornar mais viscoso à medida que aquece - o contrário do óleo, que fica menos viscoso com o aumento da temperatura. Desse modo, como todo atrito gera calor, o aquecimento do silicone, o torna ainda mais viscoso, aumentando a eficiência de acoplamento.
Imagem cortesia de Eaton Automotive Group's |
Este mecanismo é geralmente ativado manualmente por um interruptor e, quando ativado pelo motorista, ambas as rodas girarão à mesma velocidade. Se uma sair do chão, a outra nem toma conhecimento. Ambas as rodas continuarão a girar à mesma velocidade, como se nada tivesse mudado.
O diferencial Torsen* é um dispositivo totalmente mecânico; não tem componentes eletrônicos, embreagens nem fluido viscoso.
Estes dispositivos freqüentemente são usados em veículos com tração nas quatro rodas de alto desempenho. Como o acoplamento viscoso, são usados freqüentemente para transferir potência entre as rodas dianteiras e traseiras. Nesta aplicação, o Torsen é superior ao acoplamento viscoso porque transfere torque para as rodas estáveis antes que patinem de fato.
Contudo, se um par de rodas perder tração completamente, o diferencial Torsen será incapaz de suprir o torque ao outro par. A razão do viés de torque determina como o torque pode ser transferido, e cinco vezes zero é igual a zero.
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